30 de jan. de 2012

HIROSHIMA, MEU AMOR – HIROSHIMA, MON AMOUR (1959)



            A 2ª Guerra Mundial é um tema muito recorrente no cinema mundial, pois uma vez tratado por um diretor ou roteirista, logo vem outro com uma proposta totalmente diferente. Dentre as propostas temos várias abordagens, aquelas que fazem parecer ter acontecido nos idos da grande guerra, tenta retrata-la ou fazem um documentário para tentar chegar o mais próximo possível do que foram as emoções sentidas em um determinado momento e suas consequências. Hiroshima vem de encontro a tudo que conhecemos. Esta obra de Alain Resnais, não tenta em nenhum momento retratar o que realmente ocorreu quando a bomba atômica atingiu a cidade de Hiroshima. Neste filme não somos telespectadores da brutalidade do acontecido, somos levados ao não esquecimento, e quando pensamos que isso poderia ter acontecido com qualquer país, nunca saberemos quais foram as reais consequências psi porque não a vivenciamos.
   
       “Hiroshima, meu amor” trata justamente o acontecimento de forma que ele não caia no esquecimento do mundo. Seria impossível retratar algo que não pode ser sentido por quem não vivenciou. Os horrores das consequências do massacre da bomba, e os protestos gerados, as deformidades, a destruição, se misturam com a história de Emmanuelle Riva, uma atriz francesa que vai gravar um filme no Japão justamente abordando o fato, e Eiji Okada, um arquiteto nativo que foi atingido indiretamente pela bomba, uma vez que ela matou alguns familiares e só não o matou porque ele estava na guerra. Ele sempre diz a ela que nunca viste nada, porem ela rebate dizendo que ela viu tudo. Embora ambos tenham vivido os horrores da guerra em momentos diferentes e tempos diferentes, as sensações do horror vivido só podem sentidos por quem presenciou as experiências trazidas naquele momento.


         A fotografia do filme alem de é magnífica, embora isso não possa ser aplicada a todas as imagens, pois mesmo não tendo esta intenção, os retratos do pós bomba são de causar espanto a qualquer um que tenha senso do quanto aquele momento causou de dor à aquelas pessoas inocentes, tão vítimas da guerra quanto qualquer outro. Realmente em nenhum momento, por mais realista que seja a fotografia, seria possível se aproximar dos reais sentimentos dos inocentes prejudicados na guerra. As imagens iniciais de corpos ora suados ora cobertos por suor mostra as misturas de presente e passado, diante de tal atrocidade.

          Contudo esta é uma obra prima que não prima por mostrar a realidade, e menos ainda por misturar este assunto com uma história de amor. O talento todo está em nos colocar para pensar no assunto. Ele não explica. Não é uma obra fácil de compreender. Seu texto não se resume a diálogos, e sim a um poema envolvente que denuncia o amor e a guerra. Não busque por entretenimento, pois não veio para entreter, veio para lhe fazer pensar.

Título original: Hiroshima, Mon Amour
Título no Brasil: Hiroshima, Meu Amor
Ano de lançamento: 1959
País de origem: França
Diretor: Alain Resnais

Um comentário:

  1. A poética do filme é impressionante, a forma com que os fluxos de pensamentos, na forma de narrações, vão sendo tecidos é fantástica. É uma obra prima, que pretendo rever em breve!

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